continuação...
Graças à sua própria natureza, o sistema de numeração não parou no três: existiram civilizações que usavam a combinação de números para formar os seguintes; outras quantificavam determinadas situações simplesmente agrupando de cinco em cinco (o que não deixa de fazer sentido, em virtude dos cinco dedos da mão, isto é, a cada cinco unidades, teríamos, na verdade, uma mão); ou aquelas que agrupavam de seis em seis. Outro exemplo, ainda mais evidente para nós, seria o próprio sistema de numeração que, provavelmente as pessoas que viviam onde hoje é a França, usavam: a base vinte.
No entanto, nenhum destes sistemas tinha, digamos assim, um espaço para o zero. Este conceito simplesmente não existia. E não poderia existir mesmo, pois se, naquela época, a matemática era somente usada para contar coisas, então, como já notamos, ninguém contaria zero bananas. Ainda hoje, em situações cotidianas, este fato se evidencia. Por exemplo, quando vamos numa loja, o atendente não diz que tem “zero camisas”; o atendente fala “não temos camisas”.
Portanto, como não é necessário um número para designar a falta de algum objeto, não ocorreu a nenhum desses povos constituir um símbolo para representar essa ausência, isto é, para o zero. Por essa razão as pessoas toleraram a ausência do zero em seu cotidiano durante muito tempo: simplesmente, ele não era necessário.
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