domingo, 13 de setembro de 2009

História da Matemática - ZERO, O NADA QUE EXISTE.

O zero atingiu o USS Yorktown como um torpedo. Enquanto navegava ao largo da costa da Virgínia, o cruzador de um bilhão de dólares estremeceu e parou. O Yorktown estava morto na água.

Os navios de guerra foram desenhados para agüentarem o impacto de um torpedo ou a explosão de uma bomba. Embora estivesse blindado contra armas, ninguém pensou em defender o Yorktown do zero. Foi um erro grave.

Os computadores do Yorktown tinham acabado de receber software novo que controlava os motores. Infelizmente, ninguém tinha detectado a bomba-relógio latente no código, um zero que se supunha os engenheiros terem retirado quando instalavam o software. Mas, por algum motivo, o zero passou despercebido e permaneceu escondido no código. Escondido, isto é, até o software o chamar à memória – e paralisar.

Quando o sistema de computadores do Yorktown tentou dividir por zero, 80 000 cavalos tornaram-se instantaneamente inúteis. Demorou quase três horas para ligar os motores novamente para transporta-lo até o porto. Os engenheiros levaram dois dias para se libertarem do zero, reparando os motores e pondo o Yorktown de novo em condições de combate.

Nenhum outro número pode fazer tanto dano. Falhas de computador como a que atacou o Yorktown são apenas uma pálida sombra do poder do zero. As culturas defenderam-se do zero, mas houve filosofias que desmoronaram sob sua influência, pois o zero é diferente dos outros números. Dá-nos um vislumbre do inefável e do infinito. E é por isso que foi odiado – e declarado ilegal.

Esta é a história do zero, desde o seu nascimento na Antiguidade até o seu crescimento e sustento no Oriente, a sua luta para ser aceito na Europa e a sua ascensão no Ocidente. É a história das pessoas que se debateram sobre o significado do número misterioso – os eruditos, os místicos, os cientistas e os religiosos – cada um tentou compreender o zero. É a história das tentativas do mundo ocidental para se proteger em vão (e por vezes violentamente) de uma idéia oriental. E é a história dos paradoxos colocados por um número aparentemente inocente, confundindo ainda as mentes mais brilhantes deste século e ameaçando desafiar todo o enquadramento do pensamento científico.

O zero esteve no cerne da batalha entre Oriente e Ocidente. O zero esteve no centro da contenda entre religião e ciência. O zero se tornou a linguagem da natureza e a mais importante ferramenta da matemática.

Contudo, ao longo de toda sua história, apesar da rejeição e do exílio, o zero derrotou sempre aqueles que se lhe opuseram. A humanidade nunca conseguiu forçar o zero a ajustar-se à suas filosofias. Em vez disso, o zero moldou a visão que a humanidade tem do universo – e de Deus.

No capítulo 1 mostramos como era a vida sem o número zero. Mostramos todo o processo de contagem que os primitivos se utilizavam. Também mostramos a matemática egípcia, toda sua geometria e conceitos.

No capítulo 2 falamos dos principais sistemas de numeração e, a partir deles, o surgimento do zero. Em seguida, falamos de suas propriedades e mitos.

No capítulo seguinte, abordamos a Filosofia Aristotélica e a negação do zero pelo Oriente.
Após isso, trouxemos a matemática do Oriente, principalmente indiana e árabe, que “aderiu” ao zero em seus sistemas de numeração.


No quinto capítulo, mostramos o Triunfo do Zero. A aceitação, enfim, do zero, pelo Ocidente, através do livro de Fibonacci, um matemático filho de italiano.

No último capítulo, mostramos o zero fazendo suas “travessuras”, como no famoso caso de indeterminação , uma das grandes responsáveis pelo surgimento do cálculo.

Cada capítulo será postado separadamente.

Um abraço

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